Após 738 Dias, Hamas Liberta 20 Reféns Israelenses em Gaza

Foto Omar al-Qattaa/AFP

Após 738 Dias, Hamas Liberta 20 Reféns Israelenses em Gaza

Libertação ocorre de forma discreta, sem cerimônias, e representa um dos mais significativos retornos de cativos desde o início do conflito em 7 de outubro de 2023. Famílias aguardam reencontro e governo israelense reage.

GAZA / TEL AVIV – Em um desenvolvimento surpreendente e repleto de emoção, 20 reféns israelenses foram libertados pelo Hamas na manhã desta segunda-feira (13), após 738 dias de um angustiante cativeiro na Faixa de Gaza. A libertação, que não contou com qualquer tipo de cerimônia pública por parte do Hamas, encerra um cativeiro de mais de dois anos para este grupo, sequestrado durante os ataques de 7 de outubro de 2023.

Fontes iniciais indicam que os reféns, cujas identidades ainda não foram totalmente divulgadas para preservar a privacidade das famílias, foram entregues a mediadores internacionais na fronteira. Eles já estão sob a custódia de forças de segurança de Israel e equipes médicas especializadas, que realizarão as primeiras avaliações de saúde antes de promover o reencontro com seus familiares em locais seguros no território israelense.

A notícia foi recebida com uma mistura de alívio e apreensão em Israel. Para as 20 famílias que aguardavam desesperadamente por notícias, o fim do cativeiro representa um momento de alegria indescritível. No entanto, a data também serve como um doloroso lembrete para as famílias daqueles que permanecem em Gaza.

O gabinete do primeiro-ministro de Israel emitiu uma nota afirmando que "a nação de Israel respira aliviada hoje com o retorno de 20 de nossos filhos e filhas para casa". O comunicado, no entanto, reforçou o compromisso do governo: "Nossa missão não estará completa até que o último refém retorne em segurança. Não mediremos esforços, diplomáticos ou militares, para garantir que todas as famílias sejam reunidas."

Um Longo e Doloroso Cativeiro

A jornada para estes 20 reféns foi marcada pela incerteza e pelo sofrimento. Capturados durante o ataque que deu início ao conflito mais longo e mortal da região nas últimas décadas, eles passaram mais de 700 dias sem contato com o mundo exterior, em condições que ainda serão reveladas em detalhes.

A libertação desta manhã levanta questões imediatas sobre o que levou a essa decisão do Hamas. Analistas internacionais especulam se a ação é um gesto unilateral ou parte de um acordo mais amplo, negociado secretamente com a mediação de países como Catar e Egito. A ausência de uma cerimônia pública, um método frequentemente utilizado pelo grupo para fins de propaganda, sugere que a libertação pode ter sido condicionada a termos específicos que ainda não vieram a público.

Enquanto a alegria toma conta de parte do país, a atenção agora se volta para o estado de saúde dos libertados e para o destino dos que ainda estão sob o poder do Hamas. Organizações de direitos humanos e governos de todo o mundo pedem informações e a libertação imediata de todos os cativos restantes, em um apelo que ganha força renovada com os eventos desta segunda-feira.