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O Voto de Luiz Fux no STF: Por que a Posição do Ministro Ajudou a Defesa de Bolsonaro.

  • Foto do escritor: Zull Ramos
    Zull Ramos
  • 11 de set.
  • 3 min de leitura

Luiz fux , imagem da internet.
Luiz fux , imagem da internet.

A análise do voto do ministro Luiz Fux no Supremo Tribunal Federal (STF) em um caso recente envolvendo um grupo acusado de tramar um golpe de Estado se tornou um ponto crucial de discussão jurídica e política no Brasil. Seu voto, que durou cerca de 14 horas, gerou uma grande divergência em relação ao relator, ministro Alexandre de Moraes, e ao ministro Flávio Dino, que votaram pela condenação de todos os réus.


A essência do voto de Fux pode ser resumida em alguns pontos-chave:

Absolvição e Divergência

Fux votou pela absolvição de vários dos réus das acusações de organização criminosa, além de absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro de todas as acusações. Ele argumentou que as acusações não se enquadravam nos critérios legais de uma organização criminosa, pois a Procuradoria-Geral da República (PGR) não teria comprovado a existência de uma associação permanente e estruturada para a prática de crimes.


Em contraste, ele condenou o tenente-coronel Mauro Cid e o general Braga Netto, mas por crimes diferentes dos apontados pelo relator. Para Fux, a conduta de Cid e Braga Netto se enquadraria no crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, não em uma organização criminosa.


Críticas à Competência do STF

Uma das partes mais impactantes do voto de Fux foi a crítica à competência do STF para julgar o caso. Ele argumentou que, por se tratar de réus que não têm foro por prerrogativa de função, o processo deveria ser julgado pela primeira instância da Justiça Federal, e não pelo Supremo.


Essa posição, embora isolada no julgamento até o momento, ecoou críticas de setores da sociedade e da defesa dos réus sobre o papel do STF como "juiz, acusador e vítima" em um mesmo processo, já que os ministros foram alvos diretos das supostas ações dos réus.


Principais Argumentos Jurídicos:


* Incompetência do STF: Fux defendeu a nulidade do processo por considerar que o STF não tem competência para julgar a maioria dos réus, que não têm foro privilegiado.


* Cerceamento de Defesa: O ministro apontou que a defesa teve pouco tempo para analisar a grande quantidade de documentos do processo, o que, em sua visão, caracterizou cerceamento de defesa.


* Organização Criminosa: Ele questionou a tipificação do crime de organização criminosa, alegando que não havia provas de que o grupo formava uma estrutura hierárquica e permanente com a finalidade de cometer crimes. Para ele, o planejamento de ações por um grupo não caracteriza, por si só, uma organização criminosa.


* Liberdade de Expressão: Em seu voto, Fux também levantou a tese de que os ataques de Bolsonaro e seus aliados contra as urnas eletrônicas e o Judiciário estariam amparados pela liberdade de expressão.


Repercussão e Impactos:


O voto de Fux gerou uma forte reação, tanto no meio jurídico quanto na política. A defesa dos réus comemorou o posicionamento, vendo nele uma base para anular o julgamento no futuro, possivelmente em cortes internacionais. Além disso, o voto de Fux deu um novo fôlego à narrativa da direita e dos apoiadores de Bolsonaro, que o veem como uma confirmação de suas críticas à atuação do STF.


No entanto, o voto também foi criticado por outros ministros e analistas, que o consideraram um "desserviço" para a segurança jurídica e para a proteção da democracia. Alguns apontam que o voto de Fux contradiz decisões anteriores do próprio ministro em outros julgamentos.


O voto de Fux, portanto, é uma peça central e altamente técnica que, ao mesmo tempo que absolve réus com base em interpretações jurídicas, também questiona a própria legitimidade da Corte para julgar o caso, o que eleva a discussão do julgamento para um debate político e institucional mais amplo.

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